CENTRAIS SINDICAIS E

 

SINDICATOS UNIDOS

 

NA DEFESA DO EMPREGO

 

 

As Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB, reunidas virtualmente nesta quarta-feira (13/01) no Fórum das Centrais Sindicais, debateram

sobre as dramáticas notícias para os trabalhadores brasileiros neste início de ano: o

fechamento da Ford, o fechamento de agências do Banco do Brasil e as milhares

demissões anunciadas nesta segunda-feira (11).

O anúncio extemporâneo do fechamento da Ford, empresa presente no Brasil a mais

de século, se soma aos anúncios de fechamento da Mercedes-Benz, da Audi e aos

milhares de silenciosos fechamentos de micro, pequenas e médias empresas. Essas

empresas receberam ao longo de décadas, e continuam a receber, bilhões de reais em

incentivos e benefícios fiscais. A atitude da Ford, sem diálogo e depois de tudo que

recebeu e ganhou, demonstra o absoluto desrespeito com o país e desconsideração

com o povo brasileiro.

Mais um caso concreto do processo de desindustrialização e de desmonte das políticas

de conteúdo nacional que avançam de maneira praticamente irreversível, fragilizando

todo o sistema produtivo no comércio, serviços e agricultura e destruindo milhões de

empregos diretos e indiretos.

Desta forma o país regride para a condição de mero exportador de produtos primários

como minérios e grãos, levando, neste movimento, a grande maioria dos brasileiros a

empobrecer ou cair na miséria, enquanto alguns poucos enriquecem. E o governo

Bolsonaro avança na implementação dessa política de destruição e aprofundamento da

desigualdade social.

Para espanto e desespero do povo, o governo, de forma cínica, não se constrangeu em

bradar: “Que vão embora”, ao comentar sobre a saída da Ford do Brasil. Esse foi mais

um de seus chocantes absurdos.

Isso não pode continuar!

De nossa parte, vamos organizar, mobilizar, resistir, enfrentar, propor e dialogar em

torno de um projeto nacional de desenvolvimento, da reindustrialização e recuperação

da dinâmica virtuosa de crescimento do sistema produtivo, de retomada dos

investimentos em infraestrutura econômica e social, em ciência, tecnologia e inovação,

de ampliação das políticas sociais, de geração de empregos de qualidade e de

crescimento da renda do trabalho.

Vamos fortalecer a nossa unidade de ação e estabelecer uma ampla rede de debates e

de negociação com os poderes Executivos, Legislativos e Judiciário, com os

empresários e com o movimento sindical internacional.

Iremos promover o debate nas bases sindicais, em eventos regionais e nacionais,

organizando nossa resistência e atuação propositiva em cada situação e diante de cada

problema, mobilizando e incidindo local e nacionalmente.

Reafirmamos, conforme já explicitado em documento unitário, divulgado no dia 05/01/2021, que, neste momento, deve ser prioridade do governo vacinar todos os

brasileiros por meio de um plano nacional de vacinação coordenado pelo SUS, visando

proteger à vida de todos e dar capacidade para a retomada segura da atividade

produtiva.

De imediato, as Centrais Sindicais deliberam, para enfrentar a decisão de fechamento

da Ford no Brasil:

• Investir na unidade sindical e na construção de iniciativas e ações conjuntas.

• Ampliar e estabelecer diálogo com os parlamentares (senadores, deputados

federais, deputados estaduais e vereadores) para tratar de iniciativas a serem

tomadas em relação à Ford e casos semelhantes.

• Estabelecer diálogo com os Governadores de São Paulo, Bahia e Ceará para a

construção de alternativas para o caso Ford.

• Estabelecer cooperação de atuação com entidades sindicais internacionais para

denunciar a decisão da Ford no Brasil.

• Produzir informações comuns para alimentar a comunicação.

• Realizar reunião com as 11 Centrais Sindicais, na próxima sexta-feira (15/01),

para encaminhar ações unitárias em defesa do emprego, do auxílio emergencial

e de vacinas para todos.

• Realizar no dia 21/01 manifestações nas Concessionárias de revenda Ford.

• Propor medidas a serem tomadas na esfera Legislativa e Judiciária.

 

 

São Paulo, 13 de janeiro de 2021

 

 

 

 

 

 

Sérgio Nobre

Presidente da CUT - Central Única dos Trabalhadores

Miguel Torres

Presidente da Força Sindical

Ricardo Patah

Presidente da UGT - União Geral dos Trabalhadores

Adilson Araújo

Presidente da CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

José Calixto Ramos

Presidente da NCST - Nova Central Sindical de Trabalhadores

Antônio Neto

Presidente da CSB - Central dos Sindicatos Brasileiros